ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
O capítulo 8 do Evangelho de João narra que Jesus foi para o monte das
Oliveiras, e, pela manhã cedo, voltou para o templo, e todo o povo vinha ter
com Ele, e, assentando-se, os ensinava.
E os escribas e fariseus trouxeram-lhe
uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe:
Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos
mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isso diziam eles, tentando-o, para que
tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na
terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem
pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela.
Quando ouviram isso, saíram um a um, a
começar pelos mais velhos até aos últimos; ficaram sós Jesus e a mulher, que
estava no meio. E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a
mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão àqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém,
Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais.
É majestosa a mensagem do Senhor Jesus.
Avaliem que os escribas e fariseus o abordaram com presunção, amparados pela
Lei do Antigo Testamento tentando deixá-lo em situação embaraçosa. E, Jesus
nascido sob a Lei, com o compromisso de cumprir a Lei (Gálatas 4.4) não poderia
confrontar nem tão pouco se conformar com a Lei, porque Jesus é amor.
Porem, revestido de autoridade e
sabedoria do ALTO, o Senhor os surpreendeu, e mandou que atirasse a primeira pedra
aquele que estivesse isento de pecado. É
importante observar nas sábias palavras de Jesus, o qual mandou que a
apedrejasse, mas aquele que não tivesse pecado. Aquele que fosse íntegro, puro,
santificado, e, não somente os que não possuíssem o pecado de
adultério.
Os escribas e fariseus, religiosos,
intransigentes cumpridores da Lei e representavam a sua integridade, e, poderia
ser que não devessem o pecado de adultério, no entanto, estavam sobrecarregados
de outros pecados, porque a palavra diz que aquele que disser que não tem
pecado é mentiroso. Por isso saíram um a um e deixaram a mulher só, diante do
Mestre. Mas Jesus, o único que não conheceu o pecado, não apedrejou a
pecadora, mas perdoou-a.
Agora vamos trazer a palavra do Senhor
Jesus para nós, que muitas vezes julgamos atos pecaminosos do irmão, por ter
praticado pecado que não praticamos, no entanto, estamos contaminados por
outros pecados.
E o Senhor Jesus nos admoesta
dizendo: Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo
com que julgardes sereis julgados.
Outro detalhe interessante nesta
passagem bíblica é imaginar um quadro de terror, transformado em bonança pela magnífica presença do
Senhor Jesus. A mulher que seria apedrejada até a
morte, alcançou misericórdia pelo seu arrependimento, e os seus executores que
interpelaram a Jesus com arrogância, retornaram cabisbaixos, envergonhados,
porque julgavam-se justos, mas Jesus disse que não veio para os
justos, mas veio buscar e salvar aquele que estava perdido. Porque Jesus
é a paz, a plenitude, a reconciliação, e em nenhum outro há salvação.
É confortável dizermos que já estamos
salvos depois que recebemos o Senhor Jesus como nosso salvador, e sair por aí
julgando o pecado do próximo, mas precisamos ter cuidado com isso, porque o
Apóstolo Paulo, homem escolhido para o ministério e ungido por Deus, nos deixou
o exemplo de sabedoria e humildade, dizendo:
A mim mui pouco se me dá de ser julgado
por vós ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me
julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me
considero justificado, pois quem me julga é o Senhor.
Portanto, nada julgueis, até que o
Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e
manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o
louvor.
E a palavra do Senhor ainda exorta e
relata: És indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te
condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o
mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que
tais coisas fazem.
Quem és tu que julgas o servo
alheio? Mas tu, por que julgas teu irmão? Porque desprezas teu irmão?
Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. De maneira que cada
um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim que não nos julguemos mais uns
aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao
irmão.
E não faleis mal uns dos outros. Quem
fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se
tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um Legislador e
um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
(Tiago 4:11 e 12).
É indispensável relembrarmos a palavra
do Senhor Jesus, o qual perdoou a mulher pecadora, mas recomendou: vai-te e não peques mais.
A advertência do Senhor não deixa
dúvida, a condição para herdarmos a eternidade é o arrependimento, a conversão,
o nascer de novo, ser uma nova criatura lavada e reconciliada pelo seu sangue,
e não voltar a prática do pecado, porque, se pecarmos voluntariamente, depois
de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício
pelos pecados.
Assim disse o Senhor: O justo viverá pela fé; mas, se
ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da
alma
(Hebreus 10.26, 38, 39).
Deus seja eternamente louvado.
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