A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO
M O M E N T O P O É T I C O
A VOLTA DO FILHO PRÓDIGO
Nós todos somos filhos pródigos
Iguaizinhos ao outro
Sem tirar nem por
A mesma ingratidão, a mesma sede de aventuras,
A mesma revolta, a mesma indecisão,
A mesma procura, Os mesmos falsos amigos,
Os mesmos descaminhos da partida,
A mesma despedida A mesma terra distante,
Onde por um instante não temos hora,
Não temos nome A mesma miséria,
A mesma fome.
Nós todos somos filhos pródigos,
E, um dia só nos resta
As bolotas que são atiradas aos porcos.
Nos todos somos filhos pródigos,
E, em certo momento na angústia mais funda,
Na hora mais dura da ausência do lar,
De onde estivermos Todos nós choramos ,
Querendo voltar.
Que importa o erro, A negra noite,
A dura hora da ingratidão,
Que importa a cama dos hospitais,
Que importa a grade da prisão,
Importante é o arrependimento,
É o retorno, É o perdão.
De onde quer que voltemos,
Com a roupa do corpo,
Com o rosto mudado.
Ela estará de pé a nossa espera.
Quantas horas passaram, Quantos anos passaram.
Que dinheiro levamos, Que angústias trazemos.
Nada importa.
O que vale é que ela está de pé, A nossa espera.
E o seu beijo nos lavará de toda culpa.
E o seu beijo nos livrará de todo medo.
E o seu beijo nos levara de volta ao lar.
Na parábola de todos os dias,
Da hora dura que atravessamos de vícios e de revolta,
São as mães, As doces mães que aguardam
Com perdão solto nos lábios
A hora triunfal da nossa volta.
GIÓIA JÚNIOR
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